domingo, março 19, 2006

A Evolução das asneiras.

Todos nós fizemos e continuamos a fazer asneiras. E estas vão evoluindo à medida que crescemos.
A minha evolução dentro daquilo que eu me lembro:
Quando comecei a andar, tinha a mania de deitara mão a tudo. Mas as minhas mãos eram de manteiga e eu deixava sempre cair alguma coisa ao chão. Se fosse alguma coisa de Crystal da Bohemia então era certinho. Diziam que eu tinha queda para a destruição e onde punha a mão era desgraça na certa.
Depois, já com os meus 4/5 anos era a habilidade de desaparecer. No Festival de Vilar de Mouros de 1982, aqui a menina resolveu ir explorar a área, e desapareci numa multidão de gente para grande susto dos meus pais...não fosse a minha queda para o protagonismo, que me levou ao palco...estavam os meus pais doidos à minha procura quando ouviram uma voz familiar a cantar "todos os patinhos sabem bem nadar, sabem bem nadar, cabeça para baixo rabinho para o ar". Tenho a agradecer ao Maestro Vitorino d'Almeida que gentilmente me cedeu a cadeira para eu conseguir chegar ao microfone.
Também por essa altura, tinha muito jeito para a incoveniência e para fazer os meus pais passarem por vergonhas...estvamos nós a passar férias no Hotel Palácio do Buçaco, quando uma noite, depois de banho tomado e toda vestida de boneca, com um vestidinho todo giro, esperei estratégicamente que chegássemos à sala de jantar, onde já estavam montes de pessoas a jantar, para bem no meio da sala levantar a saia do vestidinho e perguntar à minha mãe, que me tinha vestido: "Então e as cuecas??"( com a pressa minha mãe tinha se esquecido...)
Mais tarde a tendência continuou...com os meus 6 anos mais ou menos, lembro-me de uma noite, tinham os meus pais a sala cheia de amigos, e eu leventei-me da cama, e muito adulta (e com o protagonismo em alta outra vez), paro bem no meio de toda a gente e começo a contar: "Vão dois tomates da estrada, e..." aminha mãe aparece do nada e rapta-me rapidamente, interrompendo a minha anedota e levando-me para o meu quarto outra vez.
Nessa idade também, se me juntava com outras crianças, a asneirada era a dobrar.
Desde atirar coisas (e às vezes até cuspir, que nojo!) de andares altos, a andarmos todos à chapada, o leque era vasto.
Depois veio a macacada. Pendurava-me em tudo o que era sítio, trepava às árvores, descia corrimões sentada...e claro, dei valentes quedas mas nunca parti nada...diziam até que eu era de borracha!
Depois veio a época da escola básica...aí já começa a haver mais aquela destinção rapaz/rapariga, e era os namoricos infundados e nunca realizados, o bate-pé,etc...
Mas como a escola onde andei era um bocado problemática, sessões de chapada continuavam. Quase fui expulsa,por ter dado com o saco dos meus sapatos (aquelas sabrinas de sola dura) na cara de uma fulana do Bairro da Serafina,que nos balneários me deu uma estalada por causa de eu a ter magoado com uma bolada no "mata").
Já no Liceu, a asneirada era embalada pela ideia de já ser adulta:dei as primeiras passas num cigarro (e infelizmente até hoje...),comecei a sair à noite, a apanhar bebedeiras... depois era as sessões de parvoíce: eu a Joana, a Sofia, a Raquel e mais umas quantas, íamos para as Amoreiras, gozar com as pessoas...desde uma se sentar num carrinho de compras e as outras a empurrarem, a atropelarmos as pessoas e a correr pelos corredores das Amoreiras.... outras vezes fazíamos uma roda à volta de um snhor e não o deixávamos avançar enquanto ele não nos dissesse qual de nós era a mais bonita, ou qual de nós tinha os sapatos mais bonitos...ou então sentávamos numa roda no meio do chão...havia aquela de apontarmos todas para os sapatos de um pobre coitado que estivesse a passar e fazer um ar de escândalo...olharmos todas com um ar espantado para o tecto (claro que toda a gente que passava ficava a olhar também), enfim...
Depois era a mania que eramos adultas, e se não houvesse uma aula ía tudo para o "Pisca Pisca" beber imperiais e ginginha.
Depois, com o passar dos anos, deixei de fazer asneiras divertidas...pelo menos tão frequentemente.
Atingimos uma idade entretanto em que realmente somos adultos, e ganhamos a preocupação com as figuras que fazemos. Por um lado está certo, mas o divertimento nunca mais foi o mesmo. Eu tenho saudades das minhas asneiras de criança. Sim, porque agora continuo a fazer asneiras mas infelizmente a maioria não tem muita piada...

6 comentários:

Anónimo disse...

Asneiras fazemos sempre, em qualquer etapa das nossas vidas. Mais ou menos conscientemente, mais ou menos divertidas e mais ou menos prejudiciais...para nós e/ou para os outros. Cabe-nos procurar controlar os excessos, principalmente se potencialmente podemos magoar-nos a nós ou - mais importante - os outros.
De resto, é gozar ao máximo!

ricardo disse...

:D
Adorei o relato da "evolução das asneiras"...não fui nada assim:era a criança que ficava no canto da sala a brincar sozinha...era(sou) um xato...hehehe!
bjoca

Anónimo disse...

Ai ate eu tenho saudades...
esta mesmo giro...pense em escrever as memorias...
Beijinhos

pedro disse...

Fui ao Jardim da Celeste, giroflé giroflá!

Temos de repetir mais sextas-feiras.

Bj gd

Filipe disse...

Pois é, que traquinas que eras! Do piorio! E a outra é que era da Serafina!!! Mas é engraçado qdo somos miúdos e só fazemos porcaria... Agora qdo fazemos porcaria, magoamo-nos ou magoamos alguém... É a responsabilidade que passou dos nossos pais para nós... Antes eram eles k pagavam, agora somos nós...

Anónimo disse...

lol que adoravéll ,lol que graçinhaaaaaaa!é assim acho que as crianças devem ser vivas sim,mas ás vezes não tenho muita paciência para crianças muito mexidas,lol,mas acho uma graça!